Faltando pouco mais de uma semana para o segundo turno da eleição que decidirá quem governará o país pelos próximos 4 anos, o atual Ministro da Economia, o senhor Paulo Guedes, anunciou que caso Bolsonaro reeleito vai propor uma "nova" forma de correção do salário mínimo e dos benefícios previdenciários, desvinculando-os da inflação do ano anterior.
Atualmente a correção do salário mínimo, por conta do Teto de Gastos, se dá em relação a inflação do ano anterior, essa nova forma de correção interrompeu os anos de valorização do trabalhador que vinha obtendo ganhos no salário maiores que a inflação. Paulo Guedes já sinaliza que no futuro isso vai mudar, a ideia é usar a meta de inflação como novo parâmetro. Vale destacar que se o salário tem um reajuste maior que a inflação, há um aumento real. No Gráfico, a seguir, é possível observar os movimentos do Salário Mínimo, da inflação e da meta de inflação, desde 2003.

Fonte: Dados a partir de IPEA, IBGE e Banco Central do Brasil, elaborado pelo autor.
A partir do Gráfico acima é possível observar que entre o primeiro ano de governo do Partido dos Trabalhadores, 2003 , até 2015 o último ano em que completou como governo, somente em nesse o reajuste do salário mínimo não esteve maior que a inflação, no mês de dezembro. Isso representou um aumento real do salário mínimo, proporcionando uma valorização dos trabalhadores no Brasil. Por outro lado, a partir de 2015, a situação começa a se transformar, com o salário acompanhando a inflação do ano anterior, há uma queda na remuneração. A situação foi se agravando entre 2018 e 2021, somente em 2019 o reajuste do salário esteve maior que a inflação.
Agora o mais chocante o que o governo já sinalizou é o reajuste pela meta de inflação nesse caso a diferença é enorme, caso essa proposta estivesse vigente durante todo o período levantado, considerando a diferença entre a meta e a inflação em dezembro, só haveria ganho real no salário em 4 anos, nos últimos 19. Ou seja, o que está em jogo dia 30 é o mínimo de fato, mínimo no salário, mínimo de dignidade!
Guilherme Vasconcelos
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