Foto: Stefane Girassol
Enquanto a parcela reacionária da elite ia às ruas pedir um golpe que fechasse o STF e desse poder ditatorial a Bolsonaro, os brasileiros e brasileiras que trabalham para colocar comida na mesa do povo se reuniram em todo país na 27ª edição do Grito dos Excluídos. Criado por iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a jornada de manifestações populares acontece desde 1995 no dia da Independência, sempre com o objetivo de denunciar os mecanismos sociais de exclusão e propor caminhos alternativos para uma sociedade mais inclusiva.
A edição de 2021 do Grito dos Excluídos teve como título “Na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda, já!” e, em Campos dos Goytacazes, reuniu, no feriado desta terça-feira (7/9), dezenas de militantes de partidos e movimentos sociais no acampamento do Movimento dos Sem Terra (MST) Cícero Guedes, em Cambaíba.
Além de uma feijoada, servida gratuitamente para mais de 400 pessoas, foram realizadas diversas atividades ao longo do dia, incluindo brincadeiras, atividades musicais e debates. O presidente do PSoL Campos e militante do Núcleo José do Patrocínio, Germano Godoy, moderou as atividades na parte da tarde, quando também falaram pelo partido a Professora Natália e Gabby Maturana.
Presidente do PSoL Campos, Germano Godoy. Foto: Stefane Girassol
O evento também contou com a participação da Pastoral da Terra, ligada à Igreja Católica, e dos participantes da Ocupação do Novo Horizonte, no Parque Aeroporto, como Priscila Rangel (PSoL), Larissa Maciel (UP) e Dona Ivone, que discursaram ao longo do dia.
A união do maior movimento por moradia da história do interior o estado do Rio com um acampamento do MST tão importante, como o Cícero Guedes, mostra que, enquanto o fascismo desfila pelo golpe em Brasília, os trabalhadores do campo e da cidade seguem unificando as lutas pela transformação do Brasil.
E tudo isso num local tão simbólico quanto à usina Cambaíba, terra onde corpos de opositores foram incinerados durante a ditadura militar e onde nosso grande companheiro, Cícero Guedes, liderança histórica do MST, foi covardemente assassinado em 2013.
Larissa Maciel, ocupante de Novo Horizonte militante da UP e do MLB. Foto: Stefane Girassol
Priscila Rangel, ocupante de Novo Horizonte e militante do PSoL. Foto: Stefane Girassol
— Está sendo muito simbólico fazermos essa edição do Grito dos Excluídos aqui (no acampamento Cícero Guedes). Organizamos o Grito no Dia da Independência e hoje estamos fazendo neste território: um território de resistência, onde muitos excluídos de direito e trabalho conquistaram um pedaço de chão e fazem dele um local com mais desenvolvimento e mais funções sociais. Então ficamos muito felizes em receber neste ano a atividade do Grito dos Excluídos no nosso acampamento — disse uma das coordenadoras da direção nacional do MST, Luana Carvalho, em entrevista ao jornal Folha da Manhã.
Luana Carvalho, coordenadora do MST. Foto: Stefane Girassol
Veja mais imagens do Grito dos Excluídos 2021 em Campos dos Goytacazes:
Fotos: Stefane Girassol e Léo Puglia
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